Depressão tem tratamento?
Por Marcy Harrouche
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 350 milhões de pessoas do mundo sofrem, em algum grau, de depressão. O transtorno mental, que é mais comum do que podemos imaginar, é caracterizado por tristeza, perda de interesse em toda e qualquer atividade, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, distúrbios do sono e no apetite.
Muitas vezes é difícil diferenciar a tristeza comum da depressão. O humor das pessoas nunca é constante, sempre vai existir uma variação. Uma situação negativa pode desencadear tristeza. Isso é diferente da depressão clínica, que é uma síndrome que vem acompanhada por outros sintomas.
Os critérios atuais para diagnóstico da depressão — estipulados por entidades médicas como a OMS e a Associação Americana de Psiquiatria — determinam que, para ser detectada com a doença, uma pessoa deve apresentar ao menos cinco sintomas do transtorno. Entre eles, um deve ser obrigatoriamente o humor deprimido (tristeza, desânimo e pensamentos negativos) ou a perda de interesse por coisas que antes eram prazerosas ao paciente. Os outros sintomas podem incluir alterações no sono, no apetite ou no peso, cansaço e falta de concentração.
Esse conjunto de sintomas deve ser apresentado pelo paciente na maior parte do dia, todos os dias e durante pelo menos duas semanas, provocando distúrbios e prejuízos na área social, familiar, ocupacional e outros campos da atividade diária para que seja considerado como sinais de depressão.
Sintomas da Depressão
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Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias;
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Anedônia: interesse ou prazer diminuído para realizar a maioria das atividades;
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Alteração de peso: perda ou ganho de peso não intencional;
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Distúrbio de sono: insônia ou hipersônia (sonolência excessiva) praticamente; diárias;
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Problemas psicomotores: agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias;
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Falta de energia: fadiga ou perda de energia, diariamente;
Diminuição de energia, cansaço frequente e fadiga são comuns em pessoas com depressão, mesmo quando elas não realizaram esforço físico. “O indivíduo pode queixar-se, por exemplo, de que se lavar e se vestir pela manhã é algo exaustivo e pode levar o dobro do tempo habitual”, segundo o capítulo sobre depressão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), feito pela Associação Americana de Psiquiatria.
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Culpa excessiva: sentimento permanente de culpa e inutilidade;
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Dificuldade de concentração: habilidade frequentemente diminuída para pensar ou concentrar-se;
Em muitos casos, a depressão também pode prejudicar a capacidade de concentração, raciocínio e tomada de decisões. Com isso, o indivíduo perde o rendimento no trabalho ou nos estudos. Segundo a psiquiatra Mara Maranhão, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a depressão pode impedir que o paciente trabalhe ou estude, ou então faz com que ele precise se esforçar muito para conseguir concluir determinada atividade.
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Ideias suicidas: pensamentos recorrentes de suicídio ou morte.
Tratamento
Depressão é uma doença que exige acompanhamento psicoterápico sistemático. Quadros leves costumam responder bem ao tratamento psicoterápico. Nos outros mais graves, há também a indicação do uso de antidepressivos com o objetivo de tirar a pessoa da crise.
A depressão é uma doença incapacitante que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo. Os quadros variam de intensidade e duração e podem ser classificados em três diferentes graus: leves, moderados e graves. Não deve ser confundida com aquela tristeza transitória e passageira que todos nós podemos “encarar”.
“Em nome da depressão, será que não estamos evitando entrar em contato com as nossas próprias tristezas cotidianas”? “E, assim deixando de viver o curso “normal” da vida”?
O vídeo a seguir, do Dr. Daniele Riva, ilustra este questionamento.