'Pavio Curto'
Por Marcy Harrouche
Você conhece alguém que já teve um ataque de fúria no transito?
Ataques frequentes e repentinos de fúria pode ser sintoma de um distúrbio psiquiátrico, o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI). Conhecido também como Síndrome do “pavio curto”, essa doença atinge homens e mulheres, e é muito mais comum do que agente imagina.
São indivíduos que pela incapacidade de gerenciar seus impulsos agressivos, são levados a ter comportamentos agressivos, ataques de fúria, completamente desproporcionais.
Têm atitudes que variam desde os tipos mais comuns de ataques de agressividade, tais como: ameaçar, berrar, xingar, fazer gestos obscenos, avançar sinais de trânsito, até as formas mais violentas de explosão, tais como: atirar objetos contra outros objetos e pessoas, ataques contra familiares, no trabalho, nos bares, em lojas, em filas, caixas automáticos de bancos, ataques físicos contra pedestres, outros motoristas e destruição veículos no trânsito, etc.
Quem sofre com esse problema reage sem pensar nas consequências. É aquele sujeito que pela disputa de uma vaga de estacionamento no supermercado é capaz de destruir o carro do vizinho sem pensar em nada naquele momento. O que ocorre é uma falta do controle do impulso, não dá tempo de pensar.
Os episódios agressivos não são decorrentes de efeitos fisiológicos por uso de substâncias (ex. álcool, drogas, medicamentos) ou por condição médica geral (ex. traumatismo craniano, doença de Alzheimer).
Esse tipo de comportamento acaba provocando uma série de problemas. Quem tem “pavio curto” sofre bastante com as consequências de seus atos. Ocasionando muitas vezes até prejuízos financeiros. Na medida em que, a pessoa pode quebrar uma TV, uma geladeira ou até um computador sem pensar. Estudos mostram que pessoas com Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) são, inclusive, mais propensas a doenças cardíacas, já que estão sempre com a adrenalina em alta. Sem contar que a família fica esgotada com os atritos constantes e os relacionamentos geralmente estão desgastados. No trabalho, e entre as relações de amizade os vínculos também ficam enfraquecidos, sendo difícil manter amizades e empregos.
Como sei identificar se alguém está com esse problema?
As explosões fortes de raiva acontecem, no mínimo, duas ou três vezes por semana.
As reações são sempre desproporcionais, ou seja, um motivo pequeno provoca uma reação exagerada.
A cena ocorre sem premeditação, isto é, a pessoa não planeja fazer aquilo. Simplesmente explode.
Durante os ataques, há destruição de objetos e propriedades, sem preocupação com o valor.
Passado o acontecimento, a pessoa sente culpa, vergonha ou até mesmo arrependimento.
O Transtorno Explosivo Intermitente tem tratamento?
Sim. Normalmente é recomendado o tratamento médico e psicológico como uma forma de reduzir a intensidade e frequência dos episódios violentos devolvendo, assim, uma vida de melhor qualidade a esses indivíduos.