O Narguilé faz mais mal à saúde do que o cigarro!
Por Marcy Harrouche
Associar a ideia de que o uso do Narguilé não faz mal à saúde, seria tão inocente quanto acreditar nas intenções da lagarta azul com Alice, no conto Alice no Pais das Maravilhas de Walt Disney.
O Narguilé tem uma apresentação muito sedutora, com grande oferta de aromas e sabores geralmente adocicados que permite que seus usuários, na sua maioria jovem, o escolham por modismo, influencia dos amigos e principalmente pela falsa ideia de que estão usando o cachimbo árabe – Narguilé porque acreditam que o mesmo seja inofensivo à saúde. Puro engano, médicos alertam que o consumo pode trazer graves prejuízos. O cachimbo oriental pode causar mais danos à saúde do que o cigarro comum.
Fumar narguilé é como fumar 100 cigarros.
Dos cerca de 300 mil usuários do narguilé, 40% têm apenas até 24 anos de idade. Trata-se de um dispositivo no qual o tabaco é aquecido e a fumaça passa por um filtro de água antes de ser aspirada pelo fumante, causando a impressão de que os efeitos são atenuados. “É um equívoco achar que não faz mal, porque há apenas 5% de absorção da nicotina pela água”, alertou o pneumologista do Instituto Nacional do Câncer (Inca) Ricardo Meirelles.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que os efeitos de uma sessão de Narguilé, com duração de 20 a 80 minutos, são equivalentes a até 100 unidades de cigarro. Análises comprovam que sua fumaça contém quantidades de nicotina, monóxido de carbono, metais pesados e substâncias cancerígenas superiores a contida na fumaça do cigarro.
Além do tabaco, é colocado carvão em brasa. A queima do carvão produz substâncias cancerígenas, entre elas, o monóxido de carbono, potencializando os riscos para seus consumidores. “Uma puxada do narguilé equivale a dez cigarros e a informação que é disseminada aos jovens, de que não faz mal porque a água fria purifica as impurezas, é mentirosa, porque ela fica suja pelo alcatrão”, diz o médico pneumologista Celso Rodrigues da Silva, coordenador do Programa de Controle do Tabagismo do Distrito Federal.
Estudos da divisão de Epidemiologia do INCA – Instituto Nacional do Câncer, afirmam que o Narguilé induz a população jovem à dependência química do tabaco.
Afirmam também que o uso de narguilé colabora para o desenvolvimento de câncer de pulmão, de boca e de bexiga, além de doenças respiratórias, doenças na gengiva, aterosclerose e doença coronariana.
Pesquisas também comprovam que a forma de uso por compartilhamento do bocal pode propiciar doenças infectocontagiosas como herpes, hepatite C e tuberculose.
É assustador verificar que, de acordo com a OMS, mais da metade dos cerca de 1,5 bilhão de fumantes do mundo irão morrer por causa da dependência aos diversos tipos de fumo (e o Narguilé está aí no meio)
Por dentro do Narguilé.
O Narguilé (nome de origem árabe) é um cachimbo de água muito utilizado na cultura árabe, indiana e turca, preparado com um fumo especial, feito com tabaco, melaço e frutas ou aromatizantes. O fumo é queimado em um fornilho e sua fumaça, após atravessar um recipiente com água, aspirado por uma mangueira até chegar à boca. Também é conhecido como cachimbo d’água ou shisha(África) ou hookah (Índia).
O Narguilé vicia?
Sim, a nicotina extraída do tabaco no narguilé vicia.
A fumaça não é tragada?
Assim como no cigarro, mesmo sem tragar, o fumante inala as substâncias tóxicas, além da grande quantidade de monóxido de carbono proveniente da queima do carvão.
A água reduz os efeitos nocivos do fumo?
A água usada no narguilé absorve apenas 5% da nicotina, fazendo com que os fumantes sejam expostos a quantidades suficientes para que a droga cause dependência. A pessoa acaba fumando por mais tempo e se expondo a maiores quantidades de fumaça, composta por substâncias cancerígenas e gases nocivos.
Existe lei para o controle?
Em São Paulo, a Lei 13.779, que restringe a venda e o consumo de narguilé apenas aos maiores de 18 anos, foi aprovada pela Assembleia Legislativa em outubro de 2009